Higiene Bucal e Doenças Cardíacas
A Medicina Periodontal é uma realidade. Vários estudos médicos comprovam a relação da inflamação gengival e o agravamento de problemas cardíacos.
Introdução
Observamos ao longo de quase trinta anos de clinica e vinte de magistério que a maioria dos pacientes acha que são detentores de conhecimento suficiente em relação aos dentes e à higiene bucal. Em verdade, isto não acontece, como se tem verificado, pois os atos mecânicos de higienização bucal somente se adquirem a partir do momento em que sejam feitos de modo inconsciente, ou seja, automático, vindo a representar hábitos e atitudes permanentes.
O processo de comunicação visando à motivação do paciente é um grande desafio para os profissionais da área de saúde. Em outras palavras, promoção de saúde é qualquer ação que estimule o auto diagnóstico e auto cuidado do paciente. Somente um profissional envolvido com as questões sociais e culturais poderá transformar hábitos já adquiridos, e promover o estabelecimento de novas atitudes. É de se considerar ainda que as doenças gengivais se incluam como as de maiores incidência no ser humano, superando até mesmo as cáries, razão pela qual deve ser prevenida e muito bem tratada.
Atualmente, nossa maior preocupação é com a qualidade de vida. E, não se consegue “qualidade de vida” padecendo de alguma doença. Hoje se sabe que três em cada quatro pessoas sofrem de doença periodontal, ou seja, doença nas gengivas – antigamente conhecida como PIORRÉIA, e o que é pior, estudos recentes têm demonstrado ligação entre essa doença e doenças sistêmicas, principalmente, as cardiovasculares. A severidade da doença periodontal aumentou o risco de mortalidade por doenças coronarianas, mais que a própria predisposição à doença.
A “migração” das bactérias causadoras da doença nas gengivas da boca para o coração já era considerada como uma das possíveis causas da endocardite infecciosa bacteriana. Estudos mais recentes mostraram possível ligação, mesmo que indireta, com outros problemas cardiovasculares, como a aterosclerose (depósito de gordura nas artérias). Substâncias liberadas no sangue a partir da inflamação poderiam estimular a produção de proteínas que facilitariam a adesão da gordura, além de ter seu quadro modificado em pacientes portadores de febre reumática, diabetes, osteoporose, dentre outras enfermidades sistêmicas.
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Pode ainda levar a uma série de outros problemas de saúde, de infecções pulmonares a parto prematuro. Também pode prejudicar o controle do diabetes tipo 2, uma vez que as infecções levam a um aumento das taxas de açúcar no sangue. O diabetes pode predispor o paciente ao problema periodontal e o problema periodontal o diabetes… Enfim é uma doença de mão dupla. As doenças periodontais podem também ser expressão de doenças, como a infecção pelo vírus da AIDS ou pelo vírus HPV (o mesmo causador do câncer de colo do útero). Esse enfoque atual é alvo de uma área específica da Odontologia, a Medicina Periodontal.
O tabagismo e o estresse também estão associados à doença nas gengivas. Fumantes têm até quatro vezes mais chances de ter a doença periodontal. A propósito, há uma tendência cada vez maior de contra-indicar implantes dentários à pacientes fumantes.
O aspecto fundamental da Odontologia do presente e do futuro é a Promoção de Saúde. É o viver bem, com saúde e com qualidade de vida.
Como dar o Primeiro passo no sentido de conquistar uma excelente saúde bucal, aliada à busca pela estética?
O primeiro passo acontece com o aumento de nossa auto-estima e motivação ao tratamento odontológico, o qual se realizará se gravarmos as mensagens que nos forem passadas no subconsciente mediante um processo de comunicação inconsciente (Fig.1). E, para que isto ocorra se faz necessário entender todo o processo. Logo na primeira consulta o Cirurgião Dentista fará uma anamnese dirigida, ou seja, perguntas sobre nossa saúde geral mediante rapport (empatia) adequando-as ao nosso canal principal de comunicação (Fig. 02).
E, tudo começa com um alto padrão de linguagem e, um alto padrão de linguagem se inicia com metáforas. O maior comunicador de todos os tempos há mais de dois mil anos, já fazia uso de metáforas e parábolas em seu processo de comunicação e, sua mensagem e ensinamentos, perduram até os dias de hoje. A Fig. 03 mostra o profissional realizando comunicação direta, utilizando se de metáforas e como recurso didático material pictórico: Atlas, álbum seriado, radiografias e material tridimensional: modelos de estudo e fotografias do paciente.
Motivo + ação = Motivação.
Devemos aprender as técnicas de higienização dentária que melhor se adaptam ao nosso caso. Em primeiro lugar, conhecendo o biofilme dental ou placa bacteriana. Devemos conhecer e aprender a importância do tipo de escova, a ser indicada de acordo com sua necessidade e condições anatômicas, do fio dental e das escovas interproximais, quando necessárias.
Fig. 4 e 5 Profissional realizando comunicação e motivação direta à higiene bucal (escovação e uso do fio dental)
E, principalmente, motivar os pacientes da importância da prevenção das doenças bucais mediante o uso correto de escovas com cerdas macias, extra macias (pós cirúrgica), escovas uni tufos (Figs: 06 e 07), escovas elétricas (pilha), fio dental e gaze.
Nossos pacientes fazem parte da equipe de profissionais de nosso consultório. São nada mais, nada menos, que nossos maiores veículos de Propaganda boca a boca. Para tanto, é de boa norma, satisfazermos ao máximo seus anseios e necessidades com o objetivo de conquistarmos até sermos considerados os seus dentistas.
Informações pormenorizadas sobre placa bacteriana, evolução da cárie e da doença periodontal:
Se tivermos conhecimento suficiente do progresso da doença bucal e de seus reflexos na saúde geral, é indiscutível que seremos capazes de monitorá-la (Fig. 06).
A cárie é uma deterioração no dente provocada por bactérias encontradas constantemente na boca que aderem aos dentes, formam as chamadas placas bacterianas e se alimentam de resíduos de comida. Esses micro-organismos produzem ácidos que, em contato com os dentes, causam manchas brancas e, posteriormente, buracos.
O açúcar é uma das substâncias que mais acelera esse processo. Mas, a baixa quantidade de saliva na boca e o seu ph (acidez) também contribuem para o aparecimento de cáries. Alguns cuidados no dia-a-dia ajudam a evitá-la.
Informação sobre o flúor
Deveremos conhecer a importância das instruções sobre o efeito do flúor, como formas, fórmulas e métodos de uso. Assim, seremos encorajados a utilizar dentifrício e bochechos diários ou semanais com soluções que o contenham.
Revisões de Controle e manutenção da saúde bucal e do tratamento realizado
O controle e manutenção do tratamento em longo prazo devem ser feitos mediante consultas freqüentes, durante as quais o profissional deverá remotivar o paciente. A consulta de manutenção deverá acontecer de três a seis meses.
Na maior parte das vezes, as visitas de controle se resumem a uma revisão do estado de integridade e higiene dos dentes. As consultas de rotina, que incluem a limpeza dos dentes e que, de preferência, devem ser feitas a cada seis meses, ajudam a manter seus dentes mais limpos e a durarem mais e ajudam a evitar o desenvolvimento de problemas que podem chegar a causar dor.
Profilaxia e limpeza dos dentes
As revisões quase sempre incluem uma limpeza geral dos dentes. O dentista usará instrumentos especiais para raspar a região do dente localizada abaixo da linha da gengiva, removendo placa e cálculo dental que podem causar gengivite, cáries, mau hálito e outros problemas. O profissional também poderá passar fio dental e polir os seus dentes.
Exame completo
Seu dentista fará um exame cuidadoso de seus dentes, da sua gengiva e mucosa da boca, procurando sinais de enfermidades ou outros problemas. O objetivo aqui é ajudar a manter a saúde da sua boca e, se houver problemas, identificá-los e tratá-los o mais rápido possível, antes que se agravem.
Radiografias
Dependendo da sua idade, dos riscos de doença e dos sintomas apresentados seu dentista poderá recomendar que sejam tiradas radiografias, para ajudar no diagnóstico de problemas que não poderiam ser detectados de outra maneira, como, por exemplo, danos aos ossos do maxilar ou da mandíbula, dentes que sofreram trauma, abscessos, cistos ou tumores e cáries entre os dentes. Os consultórios modernos têm aparelhos que praticamente não emitem radiação – não mais do que aquela a que você se exporia se ficasse um dia no sol ou assistindo TV durante um final de semana.
Como medida de precaução, você deverá usar um avental de chumbo no momento de tirar as radiografias. Em caso de gravidez, informe seu dentista, uma vez que este tipo de exame só deve ser feito em casos de emergência.
Talvez seja necessário tirar uma radiografia panorâmica. Este tipo de radiografia proporciona uma imagem completa da arcada dentária inferior e superior e auxilia o dentista a analisar a oclusão e a relação entre os diferentes dentes.
Com que freqüência deve-se ir ao dentista?
Se seus dentes e gengivas estiverem em boas condições, você poderá esperar de três a seis meses até a próxima visita. Porém, se houver necessidade de tratamento (fazer uma restauração, extrair um dente do siso ou restaurar a coroa de um dente) marque uma nova consulta. Não se esqueça de fazer todas as perguntas que tiver antes do término da consulta. Esta é a oportunidade para esclarecer qualquer dúvida que tenha.
A Causa
Quem causa a doença da gengiva – também conhecida como doença periodontal – é o Biofilme celular ou placa bacteriana.
- As bactérias que vivem na boca se grudam nos dentes por meio de uma película pegajosa, formando o que chamamos de Biofilme celular.
- Esse Biofilme ou placa que se forma junto da gengiva produz venenos que irritam-na, ocasionando então a doença da gengiva.
A Doença
- A gengiva normal apresenta-se rosada e está bem aderida ao dente. Quando os venenos produzidos pelo Biofilme atuam, inicia-se a doença da gengiva.
- Na sua fase inicial, denomina-se gengivite, mostrando sinais clínicos bem evidentes: a gengiva fica mais avermelhada, inchada e sangra a qualquer pressão mais forte, como ao escovar ou mesmo espontaneamente.
- Ao invadir o espaço de união entre o dente e a gengiva, a doença da gengiva cria uma “bolsa”. Esta bolsa facilita ainda mais a formação da placa, que começa a destruir o osso e as fibras que dão sustentação aos dentes. Esta fase é chamada periodontite Crônica.
- A doença da gengiva se estende em maior profundidade destruindo ainda mais o osso que sustenta os dentes. Como a gengiva é pressa no osso, ela vai encolhendo – retração gengival – deixando as raízes expostas. Os dentes sem suporte ósseo ficam com mobilidade e podem cair.
Diagnóstico
A visita periódica ao dentista permitirá que seja detectada a doença da gengiva o mais cedo possível, antes que o osso e as estruturas em volta do dente fiquem comprometidos.
Um instrumento chamado sonda periodontal é utilizado para verificar se há alguma falha na junção entre a gengiva e o dente ou se há formação de bolsas.
Algumas vezes é necessário realizar um levantamento radiográfico para avaliar o suporte ósseo dos dentes.
Tratamento
O primeiro passo é o dentista motivar, em outras palavras dar um motivo para o paciente higienizar melhor os dentes. Após o perfeito entendimento por parte do paciente e este realizar a correta higiene de forma inconsciente consoante nosso trabalho de Doutoramento o próximo passo é executar a raspagem e aplanamento para remover a placa e o cálculo, complementado por polimento. Estes procedimentos juntos com a higiene bucal diária resolvem a maioria dos casos. A cirurgia da gengiva é necessária quando a presença de bolsas profundas não permite uma adequada limpeza.
A Prevenção
Para prevenir a instalação da doença da gengiva ou manter o tratamento periodontal realizado, é fundamental que você participe ativamente, fazendo, diariamente, uma higiene bucal adequada para remover as placas.
Escovação
O indicado é uma escova macia para escovar os dentes todos os dias, no mínimo antes de dormir e de preferência depois de cada refeição.
RATEITSCHACK, 1994
Fio Dental
Complemente a ação da escova com o fio dental, para remover a placa entre os dentes, onde a escova não consegue limpar.
RATEITSCHACK, 1994
Complementos
Seu dentista lhe ensinará como usar, da melhor maneira, a escova e o fio dental, bem como irá adequar uma técnica de escovação às suas características pessoais.
Também lhe indicará qual a pasta dental e bochechos devem ser usados.
Em casos específicos, são indicados alguns higienizadores interdentais e antimicrobianos.
RATEITSCHACK, 1994
Sequência de uso de produtos bucais
- Evidenciador de placa bacteriana (biofilme celular);
- Escova convencional sem creme dental;
- Escova unitufo;
- Escova Pós Cirúrgica;
- Escova Elétrica;
- Fio dental e ou/ Gaze;
- Opcional: Escova convencional velha com creme dental;
- Bochecho com Flúor (colgate total plax) ou outro.
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